25 de fevereiro de 2008

MARIA MARIA MARANHÃO EM AÇÃO

interna e seu bêbê

interna em dormitorios (celas)


Angela gullar (cufa-ma) conversando com as internas

Athina Black (cufa-ma) saboreando a refeição

internas

Leonita ferreira - Diretora de segurança e disciplina

o índice de jovens no CRISMA é expressivo


internas na enfermaria

uma artista em potencial


NÚCLEO MARIA MARIA- CUFA-MA

VISITA AO CENTRO DE RECUPERAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL DE MULHERES APENADAS DO OLHO D’ÁGUA

O Núcleo de Mulheres da Cufa-Ma marcou um gol de placa! Sim, abrimos uma trincheira de luta para o resgate de nossas mulheres internas do sistema penitenciário. A visita feita ao Centro de Reeducação e Inclusão Social de Mulheres Apenadas nos deu a oportunidade de conhecer a situação em que se encontram essas mulheres cuja realidade está mais próxima de nós do que imaginamos.
Ali constatamos como é necessário e oportuno o projeto de inclusão social de mulheres através da arte da educação e do esporte proposto pelo núcleo Maria Maria-Ma. Num primeiro momento, a visita estava focada para o lançamento do livro do Bill e do Celso – Falcão Mulheres e o Tráfico – Um Mundo nada Cor de Rosa, naquela unidade prisional como parte do lançamento do nosso núcleo em maio próximo, mas ao entrevistarmos as internas vimos também a possibilidade de ouvir e procurar atender algumas de suas reivindicações como aulas de pré-vestibular, inclusão digital , música, esporte e geração de renda. – que na verdade é a medula espinhal da Grande Rede Cufa.
Percorremos toda a unidade e notamos que tudo é muito bem cuidado. Higienizado. Uma boa cozinha com comida saudável, cheirosa e bem feita com todos os critérios de higiene e saúde. Comemos uma refeição caseira de excelente teor para os padrões normais das nossas penitenciárias.
Há um berçário para que as mães possam cuidar um pouco melhor de seus filhos e aí nos perguntamos o que será do futuro desses meninos filhos do tráfico? Da criminalidade? Da miséria? Da falta de oportunidades? É a cara do Brasil... “Que país é esse onde a miséria tem nome? Onde as crianças nascem com medo de bala e de fome? Que país é esse, aonde já se viu? Ele tem um nome, o nome é Brasil... País continente gigante que dorme e não vê que a gente enquanto isso morre, de medo, de bala, de fome, dos home...”
As celas, que preferi chamar de dormitórios, não lembram as tradicionais do nosso sistema carcerário e aí vimos o diferencial de uma unidade só de mulheres. Uma pequena luz no fim do túnel...Embora o espaço seja pouco para o número de camas e beliches. Soubemos pela Eliziene, funcionária da administração, que a unidade deve ser transferida para um outro local mais adequado à demanda Percebemos que há, de certa forma, um bom relacionamento entre as internas e a administração da casa; pelo menos não notamos semblantes enfarruscados, fechados e nem queixas de maus tratos, a não ser de discriminação por algumas agentes, o que até certo ponto é normal, num país em que pouco se sabe ou praticaos direitos humanos.
Conversamos com duas agentes a Vera e a Graça; e a agente Maria da Graça, uma veterana que inclusive passou por uma situação de refém, está na consideração das meninas e lhes dá um trato mais deferenciado e elas a vêm como uma pessoa mais humana dentro do sistema penitenciário.
A unidade feminina do Olho d’Água tem como diretora a dra. Joseane Furtado; diretora de segurança e disciplina, Leonita Ferreira; diretora administrativa, Maria Antônia. Abriga 78 mulheres com idade entre 19 e 50 anos: 20 em regime fechado; 20 em regime semi-fechado e 38 provisórias, embora o local esteja preparado para receber apenas 56 mulheres. Os delitos são os mais diversos: latrocínio, homicídio, roubo qualificado e não qualificado, estelionato, seqüestro, falsidade ideológica, furto, quadrilha e o tráfico que é a maior incidência: 33 casos.
Muitas reivindicações de melhorias foram feitas, mas o sistema não pode mudar da noite para o dia. Alguns avanços foram conquistados pois hoje podemos contar com um tratamento diferenciado para mulheres apenadas, ainda é pouco, mas já é um passo dado na direção da cidadania.
Vamos caminhar passo a passo com essas mulheres torcendo para que quando saírem para a liberdade possam realmente saboreá-la o resto de suas vidas...


Mais uma vez percebemos que estamos no caminho certo ao propormos para 2008 como meta prioritária do núcleo Maria Maria Ma. O mapeamento das mulheres no tráfico do Maranhão para que se proceda a um estudo mais profundo da problemática da mulher da periferia no tráfico e se possa elaborar adequadamente ações e políticas de gênero específicas para o nosso estado;tornando essa pesquisa de campo em um documentário e um livro para estudos e pesquisas.
O Núcleo Maria Maria Maranhão é formado por mulheres de muita garra e garra é sinônimo da mulher cufiana.
Maio vem aí! Vamo que vamo a batalha é cerrada! Vamos botar o evento de cima com a Nega Gizza no palco e nas mesas-redondas.

Mulherada da Cufa-Ma a hora de fazer é agora!!!

Um grande abraço pro Adaga que sabe muito sobre as questões de gênero, inclusive como tratar a nós mulheres

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