Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, participa do encerramento do seminário Pronasci - Cufa, que reúne representantes da Central Única das Favelas de 27 cidades .Em primeiro plano o representante da Cufa /CE, Francisco Lima Brasília - Propostas para evitar que o jovem das regiões metropolitanas, principalmente moradores de favelas, seja atraído pela criminalidade foram debatidas durante toda essa semana por cerca de 50 integrantes da Central Única de Favelas (Cufa).Eles participaram de um seminário proposto pelo Ministério da Justiça e que faz parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Hoje (23), durante o encerramento, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que a parceria com a Cufa poderá contribuir para agregar a diversidade presente na periferia. O objetivo é que a organização apresente projetos culturais, esportivos voltados aos jovens.“O estado dispõe de mecanismos de aproximação, de integração social, que podem iniciar um processo de resgate desses jovens que estão no caminho do crime ou para serem controlados pelo crime organizado nestas regiões”, diz Tarso.A Central Única de Favelas é uma organização criada a partir da união de jovens de várias favelas, inicialmente, do Rio de Janeiro, formados, em sua maioria, por negros. Atualmente, atua em 80 municípios dos 27 estados brasileiros, abrangendo cerca de 480 mil jovens. A proposta da Cufa é atender, além dos jovens moradores de faveles, os que estão em conflito com a lei e os egressos do sistema penal. As ações integrarão o Projeto Invisibilidade.O coordenador nacional da Cufa no Ceará, Preto Zezé, afirma que é importante dar oportunidades para os jovens, principalmente os de baixa renda. "Assim, ele acessa as riquezas que estão do lado de lá, a tecnologia, o conhecimento, o contato as pessoas, as políticas públicas e retorna para sua comunidade, de forma que ele mude a si próprio e o entorno onde ele está inserido”.Para o coordenador nacional da Cufa no Rio Grande do Sul, Manoel Soares, esses jovens passam por um processo diário de "invisibilidade social" e têm dificuldades no acesso a políticas públicas. Entretanto, essa situação, segundo ele, pode ser descontruída.“Quando eu era criança arquitetei o roubo de uma bola de basquete. Eu já tinha observado que o dono da loja saía e estava planejando, entrar na loja e roubar uma bola para eu ter em minha casa. Quando eu cheguei em casa, a minha mãe me entregou uma bola de basquete, mais simples. Eu vi a alegria dela. Ela disse: 'olha, taí ó. Eu tô vendo que você tá gostando desse negócio de basquete'.”Soares afirma que da mesma forma que a sua mãe conseguiu quebrar um "ciclo de delito", outras ações também podem ter o mesmo resultado. Ele cita a proposta de pagamento de bolsas aos jovens - incluída no Pronasci - como uma alternativa para contribuir para uma mudança cultural e inibir o ingresso do jovem ao mundo do crime.“Mesmo que não seja uma intervenção como a do tráfico, que hoje dá ao jovem R$ 2 mil a R$ 3 mil por semana, uma intervenção financeira, às vezes menor, acaba tendo um emblema de que a honestidade vale a pena e o trabalho funciona, inibindo o processo de ingresso desse jovem no mundo do crime”, garante Soares.
Pronasci e Cufa juntos no combate à criminalidade
Brasília, 22/10/08 (MJ) – O ministro da Justiça, Tarso Genro, participa nesta quinta-feira (23) do encerramento do Seminário Pronasci - Cufa, às 9h em Brasília. O encontro, que teve início segunda-feira (20), reúne representantes da Central Única das Favelas (Cufa) de 27 cidades do Brasil. O objetivo é a construção de um novo projeto destinado aos jovens para o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Também participarão da cerimônia o presidente de honra da Cufa e rapper, MV Bill, e o coordenador-geral da entidade, Celso Athayde, ambos produtores do documentário “Falcão: meninos do tráfico”. O filme foi divulgado pela TV Globo e retratou a história de adolescentes de favelas do Rio de Janeiro envolvidos no tráfico de drogas. O Pronasci vai aproveitar a experiência da Cufa, adquirida ao longo dos seus 20 anos de existência, para adaptar ações preventivas já existentes à nova visão proposta pelo programa, atingindo, principalmente, o seu público-alvo: os jovens. O projeto criado pelo Pronasci-Cufa será executado a partir do ano que vem nos estados e municípios integrantes do Programa. A primeira parceria entre o Pronasci e a entidade ocorreu no primeiro semestre deste ano com o 4º Campeonato Nacional da Liga Brasileira de Basquete de Rua (LIBBRA). A final do torneio, que ocorreu em junho, no Rio de Janeiro, também teve a presença do ministro Tarso Genro. A Cufa é um movimento social criado a partir da união entre jovens de várias favelas do Rio de Janeiro – principalmente negros – que buscavam espaço para expressar suas atitudes, questionamentos ou simplesmente a vontade de viver. A entidade utiliza o hip hop como principal forma de expressão e ferramenta de integração e inclusão social e tem como um dos fundadores o rapper MV Bill. Pronasci
O Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) foi criado há pouco mais de um ano com um grande desafio: diminuir os altos índices de violência das grandes regiões metropolitanas brasileiras. O Programa inova ao articular políticas de segurança pública com ações sociais para enfrentar a criminalidade. Atualmente, o Pronasci está em fase de implementação em 18 estados e 84 municípios. Até 2012 será estendido a todo o território nacional. Entre os principais eixos do Pronasci destacam-se a formação e valorização dos profissionais de segurança pública, a reestruturação do sistema penitenciário, o combate à corrupção policial e o envolvimento da comunidade na prevenção da violência. Até o fim de 2012 o governo federal investirá R$ 6,707 bilhões no desenvolvimento de 94 ações que envolvem União, estados e municípios.
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